Segundo o livro, em 1995 Maciel entregou um milhão de dólares para João Paulo II, que chegava a presidir missas particulares – em sua capela no Palácio Apostólico – para os abastados amigos de Maciel, que costumavam recompensar o pontífice com donativos de até 50 mil dólares.
Vendo o enorme poder que tinha Maciel, durante o pontificado de Wojtyla, o atual papa Bento XVI, então encarregado da Congregação para a Doutrina da Fé, dizia que "não era prudente” investigá-lo por seus atos de pedofilia, que então já eram conhecidos em todo o mundo.
O livro do jornalista Berry relata uma das entregas de dinheiro para João Paulo II. “Em 1995, segundo ex-integrantes da Legião, Maciel enviou um milhão de dólares para o papa João Paulo, por meio de dom Stanislaw Dziwisz, quando o papa viajou à Polônia. Como secretário papal, Dziwisz, oriundo da Polônia, durante décadas foi o homem mais próximo de João Paulo. Lidar com dinheiro fazia parte de seu trabalho”.
Não apenas o papa e seu secretário recebiam dinheiro em espécie, pois também “os cardeais e os bispos, que presidiam missas para os Legionários, recebiam pagamentos de 2.500 dólares ou mais, de acordo com a importância do evento”.
"Tratava-se de donativos ou de subornos?" Esta pergunta é feita no livro. Alguns ex-sacerdotes legionários respondem que era “uma forma elegante de subornar”. Outros, ao contrário, destacam que era opere de charitá (obra de caridade), já que a Igreja podia destinar esse dinheiro para ajudar os pobres e necessitados, coisa que não se sabe ao certo, dada a opacidade das finanças vaticanas.
História
Apesar da sua aparente vida de conformidade com os ditames da Igreja Católica, Maciel teve uma vida dupla. Foi criminalmente condenado nos EUA por manter relações sexuais com rapazes menores. Além disso sabe-se que teve pelo menos um filho, que era consumidor habitual de drogas e que plagiou algumas das suas mais importantes obras. Tudo isto foi reconhecido pelos Legionários de Cristo na sua página de Internet após uma investigação. O Papa Bento XVI afastou-o das suas funções sacerdotais e aconselhou-lhe uma vida de oração e penitência pelos pecados cometidos. Ao fim de sua vida, no ano de 2008, Maciel morreu recusando os sacramentos da Igreja Católica, ao lado de sua mulher e filha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário