As confissões dos assassinos do PCC foram gravadas em vídeo pela polícia - um deles foi feito pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o outro pelo Delegacia de Juquitiba, na Grande São Paulo. As confissões corroboram as conversas telefônicas interceptadas pela polícia nas quais líderes da facção deram a ordem de matar a seus subordinados - o Deic tem em seu poder os áudios sobre as mortes dos PMs Flávio Adriano do Carmo e Renato Ferreira da Silva Santos.
Um das confissões gravadas é a de Jefferson Luis de Miranda, de 32 anos (veja abaixo). Acusado de roubos e de um latrocínio, Miranda foi preso na quinta-feira, 15, em Peruíbe, no litoral paulista, onde se escondia. O acusado apontou como mandante o “sintonia-geral de Carapicuíba”, o chefe da facção na região. Afirmou que, para quitar sua dívida de R$ 10 mil com o grupo, devia matar um policial militar.
Diante disso, Miranda pediu ajuda a um amigo. Segundo o delegado Josimar Ferreira de Oliveira, esse amigo é Valmir Fernandes, de 28 anos. Fernandes indicou o investigador João Antônio Pires, e a facção permitiu que, em vez de um militar, ele matasse um policial civil. Apanharam a vítima quando ela saía de um mercado em 5 de outubro.
O investigador carregava duas sacolas. Os bandidos chegaram em uma moto. Miranda estava na garupa e atirou. Câmeras filmaram o policial tentando fugir - ele correu para o mercado e foi perseguido. O criminoso acertou 16 vezes o investigador - os últimos disparos foram com a vítima imóvel e indefesa, caída no chão. Fernandes foi preso no dia 8 e negou a acusação. Ele e Miranda são candidatos a uma cela em um presídio federal, como os demais presos por matar policiais.
‘Foi o Comando’. Como ele, também deve ser mandado para a penitenciária federal de Rondônia o empresário Leandro Rafael Pereira da Silva, o Leo Gordo, de 28 anos. Dono de uma empresa de transporte coletivo, foi ele quem deu a ordem para matar os PMs Carmo e Santos, de acordo com a investigação do Deic. Ao ser indagado de quem havia recebido a ordem para matar os policiais, respondeu aos homens do Deic: “Foi o Comando”.
Leo Gordo não disse quem do comando do PCC deu a ordem. Só contou que ela veio por escrito. Leo era o responsável pela “quebrada” do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Ele devia “cobrar a rua” para que as ordens fossem cumpridas. A ele deram dez dias para que matasse dez policiais. Matou dois. Depois, deram-lhe mais 24 horas para fazer o que faltava. Falhou.
Foi preso quarta-feira, 14, com o empresário Wellington Alves, dono de uma fábrica de molduras. Além das mortes, serão acusados de lavagem de dinheiro e tráfico - o Deic pedirá o sequestro de seus bens. Além de Leo Gordo, Alves e Miranda, outros dois acusados de atentados a PMs foram presos e um suspeito morto na quinta.
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