domingo, 11 de novembro de 2012

Réus do mensalão realizam manobras para driblar a Justiça, aponta revista

As informações são da Zero Hora
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão discutindo sobre as formas de recuperar os recursos desviados pelo esquema do mensalão, claro que esta tarefa não será fácil. Reportagem da revista IstoÉ desta semana mostra que, enquanto as investigações avançavam, acusados do crime de lavagem de dinheiro trataram de camuflar o próprio patrimônio.

O aparente "empobrecimento", diz a revista, é uma tentativa de livrar os bens de bloqueios judiciais e dos confiscos. Os ministros concluíram que sete políticos cometeram crime de lavagem de dinheiro para se beneficiar de recursos que circularam no esquema. Se a cobrança de uma indenização prosperar durante o julgamento, os condenados poderão inclusive perder seus bens para devolver à União as quantias milionárias desviadas.

O problema será encontrar os bens. Para reconstituir as manobras usadas pelos réus para proteger imóveis e empresas, a reportagem cruzou dados das declarações de Imposto de Renda dos acusados de lavagem, pesquisou informações de cartórios e obteve escrituras e certidões que compõem a íntegra da ação em análise pela Corte. Os documentos mostram que, nos últimos sete anos, pelo menos quatro dos condenados doaram imóveis a familiares ou transferiram propriedades e cotas de empresas para terceiros.

A estratégia de transferir a propriedade de bens para impedir que sejam usados para ressarcir o dinheiro desviado segue o modelo de conduta do empresário Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão e multa de R$ 2 milhões. Mesmo com o patrimônio bloqueado, diz a revista, ele continuou comprando carros e imóveis em nome da filha para driblar a lei.
O Ministério Público Federal chamou a atenção do Supremo sobre os riscos de ele movimentar recursos, mas não deu a devida atenção aos parlamentares envolvidos na denúncia. De acordo com um dos ministros, as transferências de propriedades feitas por alguns dos condenados poderiam ter sido evitadas com bloqueios preventivos.

Confira o que diz a reportagem da revista:


Valdemar Costa Neto

Era dono de duas mineradoras, cinco imóveis e outros bens que somavam R$ 5 milhões. Se desfez da maioria das propriedades. Transferiu um apartamento para a ex-mulher e doou o imóvel onde mora para os filhos. O parlamentar também deixou a participação em empresas. Em seu nome, tem uma casa, um túmulo no cemitério e um sítio.

Romeu Queiroz

Tinha oito fazendas, um haras, quatro apartamentos em Belo Horizonte, um flat em Brasília e outros bens que somavam R$ 3 milhões. Passou parte das fazendas para os três filhos e reduziu as suas cotas nas empresas em benefício da esposa. Com patrimônio equivalente à metade do que tinha, não é dono sequer do apartamento onde mora.

Pedro CorrêaEm 2004, ex-presidente do PP era proprietário de 18 apartamentos, duas casas, dois flats e duas fazendas. Atualmente, o pernambucano mantém em seu nome apenas um prédio, cujo usufruto registrado no cartório do 1º ofício do Recife pertence ao filho e à nora. Corrêa deixou a política, mas conseguiu eleger a filha Aline Corrêa deputada federal.

Bispo RodriguesAntes detentor de patrimônio de R$ 19 milhões, mantém apenas 50% de participação acionária de duas empresas. As ações em outras firmas desapareceram. Após deixar a Igreja Universal, teve de entregar uma casa luxuosa em Brasília para outro pastor. Em seu nome, não há imóveis e o patrimônio declarado não ultrapassa R$ 2 milhões.

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