quinta-feira, 11 de abril de 2013

Aécio fala como candidato e anuncia que presidirá o PSDB


Tucano discursou em encontro do PPS, em Brasília; o senador disse que vai usar a presidência do partido para percorrer o país e unir as forças de oposição

O senador Aécio Neves em Brasília
O senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) fez, nesta quinta-feira, seu mais explícito discurso como candidato à Presidência nas eleições do próximo ano, durante um encontro do PPS em Brasília. Pela primeira vez, o tucano reconheceu publicamente que vai assumir o comando de seu partido em maio. Mais cedo, ele também discursou em evento do PP.

"Meu nome será colocado no próximo dia 19 de maio como candidato a presidente nacional do PSDB. Não para ocupar o cargo de presidente do partido, o que talvez não seja necessário, mas para fortalecer o nosso diálogo com as forças oposicionistas do Brasil", disse Aécio. Ele afirmou que vai usar a presidência do PSDB para "andar por esse país" e "ouvir mais do que falar": "Essa será a missão da nova direção do PSDB".
Aécio também tratou abertamente das eleições presidenciais do ano que vem; e, disse que a vitória dos oposicionistas virá: "Nós vamos chegar vigorosos lá na frente. Nós vamos disputar e vamos vencer essas eleições porque o Brasil merece um governo muito melhor do que esse que aí está", afirmou.
O tucano, que frequentemente é criticado por aliados por não fazer uma oposição vigorosa ao governo do PT, também adotou um discurso mais enfático e mandou um recado: "O PSDB não está no divã. Não teremos dúvida sobre qual será a nossa postura. Faremos uma campanha permanente de oposição clara ao governo do PT. Porque, para o Brasil, este ciclo do governo do PT precisa e deve ser interrompido". 
A afirmação também pode ser interpretada como uma crítica velada a Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e possível adversário de Aécio na corrida pela Presidência. Ao mesmo tempo em que pertence à base aliada de Dilma Rousseff, o PSB tenta colocar de pé a candidatura de Campos - que foi convidado para o evento do PPS, mas enviou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder do partido na Câmara, para representá-lo. Campos está em Washington para assinar uma parceria do governo de Pernambuco com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Críticas - Aécio Neves fez críticas ao modo de governar do PT. Com um discurso mais agressivo do que a média, o tucano elencou os pontos fracos da gestão petista - e fez uma menção especial ao aumento recente da inflação. "Há, sim, leniência do governo federal no controle inflacionário. Nós já estamos constatando e os dados oficiais comprovam isso", afirmou.
O senador disse ainda que o governo petista adota um "governismo de cooptação". O tucano bateu na tecla da eficiência de gestão e ironizou a propaganda petista. "Dá a impressão que o Brasil foi descoberto em 2003. Hoje, se somos um país melhor do que éramos décadas atras, e realmente somos, é porque as construções sucessivas de diferentes governos vieram a permitir esse avanço", afirmou.
Ciente de que o PPS também flerta com o PSB de Eduardo Campos, Aécio elogiou até o Partido Comunista Brasileiro - o Partidão -, que defendia um regime autoritário de esquerda e originou o PPS. "A firmeza e a coerência do Partidão, de quem o PPS herdou a postura que tem hoje, inspiraram a muitos de nós. Eu me incluo entre esses", disse o tucano.

Fonte: veja.abril.

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