A presidente Dilma Rousseff contrariou a cúpula do PR e escolheu o ex-governador da Bahia e ex-senador César Borges para o Ministério dos Transportes. Apesar de a decisão poder não ter agradado a todos, ela consegue acalmar o partido com uma das pastas mais cobiçadas da Esplanada.
Mas e para a Bahia, o que significa um ex-opositor que saiu do âmago do chamado carlismo no governo do PT? Cria do falecido ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), César decidiu deixar a chamada direita conservadora em 2007, quando decidiu deixar o antigo PFL (hoje DEM) e ingressar nas hostes do PR e, automaticamente, na base do ex-presidente Lula, a quem ele se fez oposição por cinco anos.
Voltando aos dias atuais, vale lembrar nota da Folha de São Paulo de três semanas atrás dizendo que Lula e o PT estariam preocupados com o desempenho do governador Jaques Wagner (PT) e temeriam o risco de a queda do petista na avaliação popular pudesse atrapalhar a campanha de reeleição de Dilma em 2014, para a qual, inclusive, o comandante do Executivo baiano é (ainda é?) cotado para coordenar no Nordeste.
César Borges Ministério dos Transportes cria uma nova força política na Bahia e possível via alternativa para a presidente que tanto lhe deposita confiança?
Os últimos passos de César na política local são controversos. Contudo, a julgar pelas eleições de outubro último, o PT pode ficar tranquilo, pois ele disse não ao democrata neto de seu mentor político e declarou apoio à candidatura do petista Nelson Pelegrino na disputa pela Prefeitura de Salvador. Mas ACM Neto venceu.
Contudo, se voltarmos dois anos e buscarmos César Borges na eleição de 2010, o encontraremos na chapa majoritária encabeçada pelo ex-ministro e atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, o peemedebista Geddel Veiria Lima, contra o petista Jaques Wagner. Geddel perdeu e César também não conseguiu renovar seu mandato.
Vale registrar também que o PR está em crise na Bahia, pois César Borges, na condição de presidente do diretório estadual, declarou apoio a Wagner na Assembleia Legislativa. O problema é que seu partido tem em seus quadros os deputados Elmar Nascimento e Sandro Régis, duas das vozes mais ativas ao governo do estado. Ambos ameaçam deixar o PR, que tem quatro deputados.
A pergunta agora é: com quem César vai no ano que vem? Com o candidato de Wagner, que provavelmente será do PT, o com Geddel, que muito provavelmente terá a oposição fechada em torno de sua candidatura?
Os dois inclusive comemoraram a escolha da presidente Dilma nesta noite. Geddel e Wagner escolheram o Twitter para se expressar. "Parabéns a César Borges pela nomeação para o Ministerio. Para a Bahia é um espaço importante", disse o peemedebista.
Wagner pensa a mesma coisa. "Recebo com satisfação a indicação de mais um baiano como ministro da Presidenta Dilma. A presença do ex-governador e ex-senador César Borges no Ministério dos Transportes fortalece a posição da Bahia junto ao governo federal". Mais além, o governador fez um afago ao rebelde PR. "O PR é um aliado importante do nosso projeto e também sai fortalecido com essa decisão".
Fonte: brasil247
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