Marcelo Dufaur
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PARIS — A imensa Avenue de la Grande Armée – que vai do Arco do Triunfo até a ponte que comunica Paris com La Défense – foi pequena para conter a multidão que se manifestou mais uma vez contra o projeto socialista de “casamento” homossexual que o equipara ao casamento normal e permite a adoção de crianças por casais sodomíticos.
Nem mesmo os organizadores aguardavam tamanha adesão.
Após idêntica manifestação realizada no 13 de janeiro, supunha-se uma certa diminuição, devido à proximidade das datas.
Uma contagem mais ponderada, organizada pelo general de exército Bruno Dary, ex-governador militar de Paris, estimou então o comparecimento entre 800 mil e 900 mil pessoas.
Desta vez, o número resultou muito superior a olhos vistos.
Enquanto a polícia estipulou “pelo menos 300 mil”, mas avisando que revisaria seus cálculos, os organizadores falaram em 1 milhão e 400 mil.
O deputado da UMP (centro-direita) Henri Guaino foi um dos muitos políticos presentes – eles sempre aparecem quando o vento é favorável – e disse: “Em 13 de janeiro, vós éreis um milhão. Hoje vós sois ainda mais numerosos” – segundo publicou “Le Figaro”.
A Prefeitura de Paris, nas mãos de um grande propulsor da agenda homossexual e do socialismo, interditou a manifestação na prestigiosa avenida dos Champs Elysées, cônscio de que se a permitisse contribuiria para abrilhantar ainda mais a marcha de protesto contra o casamento antinatural.
Contudo, os Champs Elysées não teriam sido suficientes para tanta gente.
Tal foi o comparecimento, que a polícia precisou liberar a Avenue Foch, outra imensa artéria que vai desde o Arco do Triunfo até o Bois de Boulogne, e a Avenue Carnot.
Satélites capturaram com sensores de calor a área ocupada pelos manifestantes nessas grandes avenidas e nas ruas adjacentes:oito quilômetros de ruas inteiramente cheias!
Satélites capturaram com sensores de calor a área ocupada pelos manifestantes nessas grandes avenidas e nas ruas adjacentes:oito quilômetros de ruas inteiramente cheias!
Mais importante do que o número foi o entusiasmo e o fervor dos participantes.
Uma não explicada ojeriza e até proibição da parte dos organizadores ao uso de cartazes, bandeiras, símbolos não-oficiais, cânticos e slogans, bem como de outras formas de exprimir entusiasmo, na prática não conseguiu se impor.
Ordeiros, mas aguerridos, os mais distintos grupos vindos de toda a França cantavam, agitavam bandeiras de suas regiões, erguiam cartazes feitos em casa, faziam rufar caixas e tambores.
Os slogans espontâneos abandonaram a linguagem “politicamente correta” dos slogans oficiais: “Hollande, demite-te”, “Hollande, não queremos a tua lei”.
Uma confusão episódica envolveu 200 ou 300 manifestantes e a polícia.
Esta utilizou gases lacrimogêneos e força excessiva, mas o fato passou desapercebido para a imensa concentração.
Na hora da dispersão, tornou-se inevitável utilizar a contígua Avenue Champs Elysées, que ficou repleta de manifestantes voltando para suas casas.
O fato serviu de pretexto para a polícia, que sob ordem do governo socialista carregou contra os populares, bem no espírito da falsa tolerância da agenda homossexual!
Este episódio tangencial foi explorado pela grande imprensa para desviar a atenção do público do aspecto central do evento: majoritariamente católico e conservador, o povo francês recusa o “casamento” homossexual.
Houve manifestações análogas e simultâneas em muitas cidades da França, bem como diante de embaixadas, consulados e órgãos oficiais franceses em numerosos países, inclusive em locais inimagináveis como o Dubai, o Congo e o Afeganistão.
Os conchavos políticos continuam e os parlamentares de esquerda se apressam para passar no mês de abril um projeto à revelia da vontade popular.
Por sua vez, nenhuma autoridade eclesiástica de relevo, na França ou no Exterior, se destacou pela adesão a um protesto popular em defesa de princípios essenciais da Lei de Deus, dos Evangelhos e do Direito Natural.
Considerando manifestações como essas de 24 de março e 13 de janeiro, ainda que o projeto passar, ficará patente para a História que sua aprovação se deveu a confabulações entre políticos e eclesiásticos de esquerda.
Na aprovação dessa lei em nada foi respeitado o sentimento da esmagadora maioria do povo francês.
Fonte: lefigaro.fr
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