"Amigo" do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara "há mais de 15 anos", o pastor Charlston Soares diz que o deputado é sempre mal interpretado; "Ele não é racista, ele já veio em salvador 27 vezes e Salvador é o lugar fora da África com mais pessoas de cor negra. Eu sou negro, se ele fosse racista não seria meu amigo"; o religioso dá coro ao discurso de Feliciano sobre o casamento-gay; "Sou contra pelos motivos da palavra de Deus"
Continua a aumentar as manifestações de apoio de religiosos baianos ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Depois de o deputado Pastor Sargento Isidório, o "ex-homossexual", 'vestir a camisa', Feliciano terá uma cruzada em apoio aos seus posicionamentos no próximo dia 5 de junho em Brasília na Marcha pela Paz e Liberdade Religiosa.
Quem organiza a cruzada de fiéis baianos é o pastor Charlston Soares, que concorreu a uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador em 2012 e não teve sucesso. Em entrevista ao site Bahia Notícias, ele disse que falta amor no mundo.
"Se o mundo tivesse mais amor, o amor de Jesus, nada disso estaria acontecendo, nem do lado de cá e nem do lado de lá", disse, em referência clara aos militantes da causa gay.
Tal qual Feliciano e Isidório, Charlston diz que o único motivo para não apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo é o fato de a bíblia condená-lo.
"Sou contra pelos motivos da palavra de Deus. O que fica parecendo é que nós evangélicos odiamos os homossexuais. Não é nada pessoal, se a Bíblia aprovasse, eu aprovaria também. O que me preocupa é como o movimento LGBT se posiciona, mas nós respeitamos os gays".
Mesmo se declarando seguidor assíduo dos ensinamentos bíblicos, ele não se considera uma pessoa extremista ou até mesmo fanática, e declarou ainda que "infelizmente ou felizmente vai ter que se adaptar" às mudanças da sociedade contemporânea. "Não sou radical, não sou fanático, mulher na minha congregação veste calça e pode se maquiar".
"Amigo" de Feliciano "há mais de 15 anos", o pastor baiano diz que o deputado é sempre mal interpretado. "Ele não é racista, ele já veio em salvador 27 vezes e Salvador é o lugar fora da África com mais pessoas de cor negra. Eu sou negro, se ele fosse racista não seria meu amigo. Ele pode ter sido infeliz no que disse".
Charlston diz que "respeito é tudo". "Tenho dois primos gays e pessoas da minha família que seguem religiões de matriz africana, no entanto amo elas e as respeito".
Mais uma vez em coro ao discurso de Feliciano, Charlston avalia que os evangélicos sofrem perseguição religiosa por marcar seu posicionamento. "É só um evangélico se posicionar sobre o assunto que a opinião pública cai em cima. O papa Francisco declarou ser contra o casamento homoafetivo e ninguém falou nada dele".
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