quinta-feira, 6 de junho de 2013

DESEJO DE WAGNER POR ACM GERA CONFLITO NO PT BAIANO

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O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, chegou a sugerir que, apesar da posição de líder mor, o pensamento do governador nem sempre representa a postura do PT como partido; "posição de partido não é posição de governo"; cauteloso, Wagner minimiza, mas deixa claro que não pretende abrir mão do apoio do prefeito à reeleição da presidente Dilma; "Quem prospera na política é quem consegue somar e não subtrair"; ex-calista, o vice-governador Otto Alencar também assedia ACM Neto e Jonas Paulo também discorda

As declarações do governador Jaques Wagner (PT) sobre o desejo de apoio do prefeito ACM Neto (DEM) à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014 (e até mesmo ao candidato do PT ao governo do estado) tem gerado tensão dentro do PT. O presidente do partido na Bahia, Jonas Paulo, chegou a dizer nesta semana que "posição de partido não é posição de governo".

O governador, com o discurso tranquilo que lhe é peculiar, prefere minimizar a insatisfação de Jonas e dos demais correligionários que recusam a presença de ACM Neto no palanque do PT. Mas Wagner deixa claro que não pretende espantar o prefeito. "Quem prospera na política é quem consegue somar e não subtrair", disse Wagner em entrevista ao jornal A Tarde.
Jonas Paulo também teve embate com o vice-governador Otto Alencar (PSD). Com carreira política ancorada pelo ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães (ACM), Otto é simpático ao possível alinhamento político com ACM Neto e falou nesta semana dos "avanços do carlismo".
O presidente do PT também discordou. Jonas afirmou que "pensamento estreito e monolítico" teria o carlismo, que foi derrotado pela sigla em 2006, e caracterizou os anos de administração carlista como "desgoverno".
Também em entrevista ao A Tarde, Otto declarou que apenas se partisse de pessoas "com pensamento menor, estreitinho" ACM Neto não seria bem vindo ao palanque do PT. O vice-governador, contudo, se retratou e garantiu que não mandou recado a Jonas Paulo, mas deu uma alfinetada no petista.
"Não me referi a ninguém do PT. Disse que seriam pessoas que não estariam sintonizadas com o movimento que vive a Bahia hoje de diálogo. Não citei o nome dele e também não esperava que ele colocasse a carapuça".
Jonas Paulo justifica sua repulsa ao prefeito do DEM. "O carlismo foi um atraso, tanto que a Bahia foi o último Estado a se democratizar (...). Na nossa compreensão, o carlismo foi uma ditadura civil que dirigiu a Bahia durante quase 40 anos".
Abaixo nota enviada pela assessoria de Jonas Paulo para "esclarecer" suas declarações.
Não se pode confundir cooperação administrativa entre governos com parceria política e ideológica entre partidos e projetos
Nós temos um profundo apreço com todos aqueles que vieram se somar ao nosso projeto democrático e popular pois, são atores como nós no processo sem qualquer distinção ou preconceito. Mas, vale ressaltar que é um projeto radicalmente oposto a era ACM que, na Bahia, manietou os poderes e perseguiu os opositores e os movimentos sociais numa autêntica ditadura civil e oligárquica que atrasou economicamente e socialmente o nosso estado, mas felizmente conseguimos derrotá-los nas ruas e nas urnas restabelecendo a democracia na Bahia somente 20 anos depois do Brasil. Não podemos deixar de enaltecer a qualidade política e técnica de valorosos quadros e lideres que serviram os governos passados e, que, hoje pra nossa alegria estão conosco no projeto da mudança democrática; mas temos consciência que o projeto do DEM que governa Salvador é de oposição ao nosso projeto nacional e estadual e que não se pode confundir cooperação administrativa entre governos com parceria política e ideológica entre partidos e projetos.

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