quinta-feira, 4 de julho de 2013

Exército intensifica caça a lideres da Irmandade Muçulmana no Egito


Principal líder do grupo islâmico é preso e presidente deposto continua detido na sede do Ministério da Defesa

Enquanto Adly Mansur era empossado como presidente interino do Egito em cerimônia transmitida em rede nacional e prometia não excluir os islamistas do processo de reconstrução do país, o Exército continuava sua caça a membros da Irmandade Muçulmana. O líder máximo do partido, Mohamed Badie, foi preso durante a madrugada, na cidade litorânea de Marsa Matrouh, próxima a fronteira da Líbia. Mursi continua sendo mantido na sede do Ministério da Defesa.


A ordem de prisão de Badie e de seu vice, Khairat el-Shater, foi emitida sob acusações de incitar atos de violência nos quais pelo menos dez pessoas foram mortas em frente à sede da Irmandade Muçulmana no início desta semana no Cairo. Durante a cerimônia de posse, partidários de Mursi entraram em confronto com a polícia em frente ao Tribunal Constitucional do Egito, no Cairo.
Shater, um rico empresário visto como o principal estrategista político da Irmandade, foi a primeira escolha do grupo para concorrer na eleição presidencial do ano passado, mas foi desqualificado devido a condenações anteriores, forçando Mursi a assumir o seu lugar.
Autoridades também abriram uma investigação nesta quinta-feira sobre as acusações de que o presidente deposto e outros 15 islâmicos insultaram o judiciário, segundo o juiz Tharwat Hammad, impondo uma proibição de viagem a todos eles. Foi a segunda ordem formal proibindo Mursi de deixar o país desde que os militares depuseram o político da Irmandade Muçulmana na quarta-feira.
Essam el-Erian, um dos líderes do partido Justiça e Liberdade disse que o movimento levaria algum tempo para se recuperar do golpe. De acordo com ele, os líderes islâmicos do país foram derrubados antes que tivessem a chance de sucesso, mas ondas de solidariedade ao grupo iriam crescer. Ele também negou que pense em fugir do país.
“Vivi no meu país, aprendi nessas escolas, trabalhei nos seus hospitais, fiquei preso nessas prisões por oito anos e meio por ordens de Mubarak, e cinco deles por ordem de um tribunal militar”, escreveu em sua página no Facebook.
Enquanto isso, milhares de partidários do ex-presidente permanecem na cidade de Nasser, a leste de Cairo, do lado de fora da mesquita Rabia el-Adawiya. Eles cortaram as ruas e se protegem por esquadrões de homens armados com paus e correntes, com escudos e capacetes. Mursi ainda sustenta que é seu presidente.
Militares acusaram Mursi e a Irmandade Muçulmana de implementar uma agenda islâmica no Egito e de não conseguir resolver os problemas econômicos do país. Cerca de 50 pessoas morreram desde o início da onda de protestos no domingo, sendo dez mortos e mais de 481 feridos após a queda de Mursi, de acordo com o ministro da Saúde, Mohamed Mustafa Hamed.
(oglobo.globo.com)

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