domingo, 10 de março de 2013

Marina Silva questiona a nomeação de Feliciano e Rubens Teixeira rebate


Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e candidata evangélica a Presidência da Republica criticou a nomeação do pastor Marco Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Marina acredita que as comissões devem ser presididas por pessoas que se identifiquem com suas temáticas e não através de negociações entre os partidos aliados do Governo.
Para analistas a posição de Marina é controversa, pois a ex-ministra como evangélica deveria demonstrar apoio a indicação do Partido Social Cristão e não colocar sua mágoa pelo Governo a cima de seus ideias.

Para o doutor Rubens Teixeira o questionamento de Marina sobre a escolha dos partidos não procede já que quem escolhe seus representantes para os cargos políticos é povo através do voto e não pela via técnica ou por concurso público.
“A escolha para exercerem os mandatos nas casas legislativas são políticas, são pelo voto, não pela via técnica, por concurso público ou por notório saber em alguma área. Deputado não faz prova para ter mandato, é eleito. O povo escolhe. O deputado eleito por um grupo não pode ser “deseleito” por outro: não existe voto negativo que anula o positivo”, comentou o analista.
Marina que está fora do Brasil tomou conhecimento do caso e disse que é “lamentável ver a comissão virar palco de negociação dos partidos ligados ao governo, para ampliar bases de apoio político”.
Rubens acredita que a posição da ex-ministra é anti-democrática já que ao repudiar as influencias por negociações política pretende, de certa forma, impor um pensamento autoritário. Além disso, Teixeira acredita que em todas as comissões existam parlamentares que pensem igual ou diferente de alguém e que a falta de afinidade com o tema não justifica sua retirada do colegiado.
“Como é da natureza da política, as escolhas nas casas de leis são naturalmente influenciadas por negociações políticas. Isso não é novidade. É um ônus da democracia. Quem ‘repudia’ esses ônus não tem afinidade com a democracia, mas mostra simpatia por autoritarismo. Em todas as comissões há parlamentares que pensam igual ou diferente de alguém. Caso o deputado Marco Feliciano não tenha afinidade com o tema da comissão, como alegam, seria isso um caso isolado? Se não é, por que esta campanha toda contra o seu nome? Se o argumento usado não se sustenta, é porque a razão da campanha é outra, mas isso já parece bem evidente”, comentou.
Teixeira finaliza lembrando que existe uma corrente tentando influenciar o pensamento da nação e fixar a imagem de que os cristãos são homofóbicos e preconceituosos por ser contra a prática homossexual, “quem pensa assim”, escreve o pastor, “tem a mente impregnada com a ideia de que a pregação cristã é homofóbica”.
“Quem entrou nesta gritaria, ou afagou a campanha para tentar “expulsar” de forma antidemocrática o deputado de lá, pode estar com a mente impregnada  com a ideia de que a pregação cristã é homofóbica e por isso cristãos não são pessoas adequadas a falarem sobre direitos humanos. O que é lamentável”, concluiu.
Leia o texto publicado por Marina Silva no Facebook:
Estou no exterior, e soube da eleição do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), ocorrida nessa semana. É lamentável ver a comissão virar palco de negociação dos partidos ligados ao governo, para ampliar bases de apoio político.
Repetiu-se, ao meu ver, o que aconteceu no Senado, com a eleição do senador Blairo Maggi (PR-MT), para a presidência da Comissão de Meio Ambiente (CMA).
A escolha não deve basear-se no credo ou no partido do parlamentar, mas na sua trajetória e na identificação com a temática da comissão. Essa sempre foi a tradição na eleição dos presidentes dos dois colegiados, que têm se constituído ao longo do tempo em importantes espaços de discussão e resistência contra as injustiças sociais e ambientais.

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