segunda-feira, 15 de abril de 2013

Capriles diz que não reconhece vitória de Maduro na Venezuela


Candidato oposicionista pediu recontagem total dos votos.
Chavista venceu por estreita margem de votos, diz conselho eleitoral.


O candidato derrotado à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, dá entrevista em Caracas (Foto: AFP)

O candidato derrotado nas eleições venezuelanas deste domingo (14),Henrique Capriles, contestou os resultados das urnas e disse que não reconhece o resultado das eleições.
Ele disse que seu oponente, o chavista Nicolás Maduro, perdeu as eleições, e afirmou que quer a recontagem de todos os votos.
"Não vamos reconhecer um resultado enquanto não se conte cada voto dos venezuelanos, um por um", disse. "Exigimos do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que se abram todas as urnas e que cada voto seja contado."

Capriles mostrou um maço de papéis que, segundo ele, eram registros de mais de 3.200 "incidentes" irregulares ocorridos durante a votação em que ele perdeu para Maduro por uma estreita margem de votos.
"Nós temos números diferentes", disse, em tom desafiador. "Senhor Maduro, se era ilegítimo antes, agora é mais ainda."
O representante oposicionista no Conselho Nacional Eleitoral pediu uma auditoria em 100% dos votos, medida com a qual Maduro disse concordar.
"Esta luta não terminou. Aqui vamos insistir até que se conheça a verdade", disse.
Recontagem
A recontagem de 100% dos votos emitidos nas eleições presidenciais de domingo incluiria a abertura de todas as caixas de votação que contêm os comprovantes físicos dos votos transmitidos de forma eletrônica ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Os resultados divulgados pelo CNE, que dão a vitória ao candidato do governo Nicolás Maduro com 50,66% dos votos, contra 49,07% de Capriles - uma diferença de apenas 235 mil votos -, são baseados exclusivamente na transmissão eletrônica, mas existe um comprovante de papel de cada voto.
No sistema eletrônico de votação utilizado na Venezuela, o eleitor vota em uma máquina que guarda em sua memória cada sufrágio para transmiti-los, ao fim da jornada eleitoral, à sala de totalização do CNE. Mas também imprime um comprovante físico do voto de cada eleitor em uma caixaA recontagem solicitadapor Capriles, e que também foi aceita por Maduro, é justamente de cada um dos comprovantes, a forma prevista para verificar o sistema eletrônico.
Em condições normais, quando não há impugnação ou dúvidas sobre os resultados, são abertas apenas pouco mais de 50% das caixas que contêm os comprovantes físicos durante uma auditoria imediatamente posterior à votação, que é aberta ao público e na qual as cédulas são contrastadas com as atas emitidas por cada máquina.
Um dos cinco diretores do CNE, Vicente Díaz, que já denunciou abusos do governo durante a campanha, pediu ao organismo uma auditoria para comprovar se 100% dos votos eletrônicos em poder do Conselho coincidem com os comprovantes físicos.
O advogado constitucionalista e assessor de Capriles, Gerardo Blyde, afirmou que o processo de comprovação é necessário, independente do prazo, pela pequena diferença entre os candidatos. Ele disse que a oposição se prepara para impugnar oficialmente o resultado eleitoral.
Fonte: g1.globo.com

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