De acordo com o modelo, todos os vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff a partir de 1º de julho deste ano deverão ser analisados no prazo máximo de 30 dias. Se isso não ocorrer, o Congresso ficará com a pauta trancada até a sua apreciação. A análise desses vetos começa em agosto.
O entendimento firmado ontem por líderes da Câmara e do Senado é que eles serão "engavetados" e a análise ficará a cargo da escolha do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse que a medida retoma para o Congresso o protagonismo na palavra final no processo legislativo. Sobre os vetos antigos, ele apontou que ainda poderá ser fixada uma nova sistemática.
Vice-presidente do Senado, Romero Jucá (RR), no entanto, disse que o acordo é que "os vetos do passado ficam no passado". O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) questionou Jucá sobre a metodologia dos vetos antigos. O senador, no entanto, disse que não há uma definição de que se eventualmente foram pautados terão, por exemplo, que seguir uma ordem cronológica.
Entre eles os vetos da chamada "pauta bomba", está o fim do fator previdenciário. Hoje, o ministro Garibaldi Alves (Previdência) defendeu, em visita ao Congresso, a manutenção.
No modelo em vigor, como os vetos não são analisados pelo Congresso, o Palácio do Planalto acaba tendo a palavra final sobre decisões do Legislativo --já que os vetos da presidente Dilma Rousseff não são derrubados pelos deputados e senadores. O novo modelo enfraquece o poder da presidente, que passará a ter suas decisões submetidas ao crivo do Congresso.
O Legislativo vai cumprir o prazo previsto na Constituição de 30 dias para a votação dos vetos a partir da sua publicação. Se isso não ocorrer, eles passam a trancar a pauta de votações do Congresso.
Também ficou definido que o Congresso terá sessões todos os meses, de preferência na terceira terça-feira do mês, para votar os vetos.
Por pressão de Cunha, ficou acertado ainda criar uma comissão mista formada por três deputados e três senadores para analisar os vetos, como previa o texto inicial da Câmara. Os vetos poderão ser analisados pelo Plenário, de acordo com a proposta, independentemente do relatório da comissão mista. A ideia é que já cheguem ao plenário com parecer pela derrubada.
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